[Resenha] Emil Amos – Filmmusik (2017) + stream

2 min


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1. Dialtone
2. Midnight Feature
3. Bed of Nails II
4. Morbid Funeral
5. Lonesome Traveler
6. Reservations
7. Elements Cycling
8. Jaaneman
9. Know Yr Arrested
10. Chase Scene
11. Scenic Colors
12. Dead Cop Drama
13. Mandrax Poisoning
14. Another Day

Free jazz/ Post-Rock/Trip-Hop, Pelagic Records

Uma das coisas mais legais de receber material da Pelagic Records é que a gente acaba, no fim das contas, conhecendo muito artista legal. E não podia ser diferente com esse trabalho solo do Emil Amos, baterista das bandas OM, GRAILS e LILACS & CHAMPAGNE, além de fazer as vozes no grupo HOLY SONS.

O trabalho é de uma beleza incrível, é a mescla entre o jazz experimental e o post-rock, que remete e muito aos trabalhos do THE KILIMANJARO DARKJAZZ ENSEMBLE, com todo o seu experimentalismo e bom gosto, trazendo para o público uma música que se assemelha à trilha de filmes noir, com um clima fumacento e sombrio.

O trabalho começa com Dialtone e aquele som ambiente em lo-fi que me faz lembrar um pouco da trilha do Hotline Miami, mas sem as partes eletrônicas. Midnight Feature tem um toque meio trip-hop e um acompanhamento meio oriental, para depois adentrar numa fusão de rock progressivo setentista com post-rock. Bed Of Nails II é aquele jazz sombrio e melancólico, com algum espaço para o space rock, incluindo uma voz de fundo muito interessante. Morbid Funeral traz uma base feita em piano com forte apelo ao progressivo e também ao rock psicodélico, promovendo uma viagem durante a audição. Lonesome Traveler é basicamente uma faixa de prog que quando entra o vocal permite ver as influências de gigantes como KING CRIMSON e GENTLE GIANT. Reservations é uma balada bem estilo noir, mesclando jazz e soft rock, num clima bastante ameno e bonito. A faixa seguinte, Elements Cycling tem alguns elementos sombrios de rock progressivo, fazendo uma homenagem a Angelo Badalamenti, autor da música Audrey’s Dance, do seriado Twin Peaks, sobretudo no uso dos estalares de dedos e andamento lento.

Como interlúdio, a faixa Jaaneman apresenta elementos de música indiana em pouco menos de um minuto, com algumas batidas de trip-hop, para dar início a maravilhosa Know Yr Arrested. Esta música traz uma batida de hip hop seguida de vários dedilhados de violão e também algumas quebras de ritmo junto de música étnica, num caldeirão multicultural muito bonito. A música com andamento maior e mais rápido, Chase Scene, inspira-se nas músicas que evocam sentimentos de excitação e de enfrentamento, tais como as cenas de fuga e de perseguição. Em Scenic Colors pode-se notar uma mescla entre o trip-hop e o krautrock, formando uma música cuja sonoridade é o casamento entre JOHN CARPENTER, S U R V I V O R e DJ SHADOW. Dead Cop Drama engana pelo título, mas traz uma canção muito bonita, um jazz bastante melancólico que evoca a atmosfera decadente e fumacenta de filmes de policiais antigos. Mandrax Poisoning é mais trip-hop, similar à Chase Scene. Para fechar este disco somos agraciados com Another Day, uma música com cara de final de filme, mesclando ainda mais trip-hop com elementos de trilha sonora e a única música deste trabalho que apresenta um fade-out, talvez para representar o final de uma peça.

Fazendo o computo geral deste disco, ele é excelente, ainda que numa proposta bastante comum, que é a trilha de filmes. Certamente Emil Amos consegue se destacar fazendo um álbum maduro, coerente e muito inspirador.

Links Relacionados

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Emil Amos – Filmmusik
  • Nota Geral - 9/10
    9/10

Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.