[Resenha] Imperial Triumphant – Vile Luxury (2018)

Avant-garde/Technical Black/Death Metal, Gilead Media

A cena Americana tem apresentado nos últimos tempos excelentes bandas de metal extremo muito experimentais, como o Ævangelist. Essa semana eu conheci o disco Vile Luxury do Imperial Trimphant e fiquei estranhamente maravilhado por ter descoberto uma das bandas mais geniais e, ao mesmo tempo, mais brutais deste ano de 2018.

Descrever exatamente a sonoridade deste álbum é uma tarefa bem ingrata, pois ele mescla um black metal bastante caótico, dissonante, com death metal bem técnico e brutal, aliado a jazz, música erudita, música ambiente, industrial e sempre que escuto este trabalho acabo encontrando alguma outra coisa a mais. A referência musical mais próxima que me vem à cabeça ao escutar este trabalho sensacional é o Blut aus Nord, talvez pela mesma linha de guitarra presente nas faixas Swarming Opulence e Gotham Luxe. Contudo, há muitas surpresas conforme o ouvinte vai desbravando as outras músicas e avançando.

Músicas como Cosmopolis e Mother Machine são fortemente guiadas por um free jazz muito denso e melancólico, o que mostra marcas de artistas de alto gabarito, como John Coltrane, para serem intercaladas com uma música ríspida e brutal, com harmonias ainda mais estranhas e interessantes. Em outros momentos pode-se notar muito de música experimental erudita e industrial, como na sensacional faixa Chernobyl Blues, que remete às peças do compositor polonês Krzysztof Penderecki, conhecido sobretudo por empregar ruídos em suas músicas e retratar episódios como a tragédia de Hiroshima.

No geral, espere um trabalho épico, cheio de referências musicais fora do metal e que funcionam muito bem. Arrisco-me a dizer que é um dos melhores discos deste ano, indubitavelmente e que merece ser escutado até mesmo por quem não é muito chegada em metal extremo.