Review: Outlove – Love, Blood and Mud (2010)

2 min


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O underground paulista traz sempre grandes surpresas. Não é novidade que não somos um foco em bandas góticas, temos grupos como o Das Projekt, Lagrima Negra e um artista ou outro. Todos eles muito calcados em uma sonoridade mais post-punk ou eletrônica, não tendo muita variedade.

Outlove vem para suprir um pouco esta carência, trazendo uma banda de gothic rock com uma pegada mais metal e mais rock, a exemplo de bandas como The 69 Eyes, Garden of Delight e The Cult. Este último, aliás, é uma referência que se pode notar claramente em boa parte das músicas do grupo. Sua sonoridade oferece peso e melancolia em doses generosas, sem cair no extremamente melodramático ou no excessivamente técnico.

O disco abre com a excelente “Pleasure’s Call”, com uma levada bem puxada para um pop rock pesado e uma letra de grudar na cabeça. É um grande single, que fala por si só. “Dead For You” tem uns riffs pesados, é uma música fortemente calcada no hard rock, com alguns toques remetendo a grupos como HIM e Negative. “Free Yourself” é uma das faixas mais legais do trabalho, lembrando muito o Entwine, mais enérgica e quase impossível não acompanhar o refrão “Free yourself…”. “Once More” vai agradar aos fãs de Paradise Lost e de HIM, sendo uma combinação entre os riffs da fase gothic rock do grupo inglês e do começo do grupo finlandês. “Wound” é uma balada pesada, melancólica, mas sem perder a mão.

A sexta faixa, “Now I See What You Mean” tem uma linha de riffs de guitarra bem interessante, que agradarão aos fãs do HIM fase Love Metal. “Good Boy” é metal, gothic metal no melhor estilo Charon e Fragile Hollow, com alguma coisa de rock alternativo. É uma música que destoa do resto do álbum, causando uma boa surpresa. “So Long” apela para uma roupagem mais pop decadentista, uma mistura entre o rock pesado e o pop doce, um contraste de extremos bastante agradável. “Back To Me” é puro rock’n’roll oitentista, remetendo ao The Cult atual, com uma musica alternando entre a melancólica e a pesada. Encerrando o disco temos a música “Fade”, que retoma o lado metal do trabalho e finaliza o conjunto de maneira muito bacana.

Fazendo um saldo geral, é um bom disco. Carece um pouco de uma boa produção, embora esteja muito acima da média das nossas bandas góticas. Não é um disco para dançar e também não é para bater cabeça. É para curtir com calma, ouvir bem as músicas e assimilar toda a tristeza e melancolia deste trabalho que merece reconhecimento da mídia.

1. Pleasure’s Call (3:29)

2. Dead For You (3:36)

3. Free Yourself (3:30)

4. Once More (3:37)

5. Wound (3:58)

6. Now I See What You Mean (3:48)

7. Good Boy (3:40)

8. So Long (3:03)

9. Back To Me (3:21)

10. Fade (3:07)

Escute o disco na íntegra no player abaixo


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.