Dez músicas para conhecer o Ethereal

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Um dos estilos mais ignorados dentro da cena gótica é o Ethereal. Muitas vezes incorporado ao próprio darkwave, é marcado por melodias mais sublimadas, com influências que vão do neoclássico ao shoegaze, numa mescla muito grande e abrangendo muitos sons distintos. Atualmente é muito difícil de chamar algum grupo ou projeto simplesmente de ethereal, dado o fato que muitos bons trabalhos acabam sendo rotulados como alguma coisa fora, chegando a públicos que não são góticos.

Baseado numa discussão na comunidade Grufties do Brasil, resolvi fazer uma lista com dez músicas bacanas para quem quiser conhecer o gênero ou alguma banda “aparentada” com ele, que tenha marcas muito fortes.

Theodor Bastard – MIR

Da Rússia começamos com um grupo aparentado com o ethereal. O Theodor Bastard possui em sua sonoridade ethereal mesclado com trip hop, música eletrônica e outras, criando um estilo único e bastante experimental.

Rise And Fall Of A Decade – Lisbeth

http://youtu.be/DBLhvZsNfxA

A França é um grande expoente para o Ethereal e o Rise and Fall of a Decade não decepciona. Fundada em 1988, é um dos grandes pilares do estilo, ajudando a definir muito da sua sonoridade. Encerra suas atividades em 2007 após a morte de Pierre-François, um dos fundadores, de câncer.

Daemonia Nymphe – Bacchic Dance Of The Nymphs

A Grécia não possui uma tradição com bandas da cena gótica. Entretanto, as poucas coisas que possui são de grande qualidade. Fundada em 1994 por

Spyridon Giasafakis, resgata a sonoridade clássica da Grécia, com a incorporação de instrumentos típicos como a lira, o varvitos (uma espécie de instrumento de cordas) e outros. Mescla música tradicional com neoclássico e um pouco de folk, com uma riqueza rítmica muito grande.

Autumn’s Grey Solace – Eclipse

Uma grande banda Americana, do selo Projekt Records (que é responsável por muitas das grandes bandas de Ethereal, junto com o 4AD). Flerta com o pop, com o showgaze e muitas vezes até mesmo com o darkwave, com melodias cativantes e muito bonitas.

Ashram – For my sun

A variedade de bandas italianas de grande qualidade já faz o nome Ashram soar como uma grande banda. Formada por Sergio Panarella, Luigi Rubino, Alfredo Notarloberti e Leonardo Massa, o trabalho deles é diferente do que se encontra no Ethereal por não utilizar vocais femininos e o uso de instrumentos orgânicos, não programados, tais quais piano, violoncelo, violino, mais a voz quase angelical complementando as músicas.

Rajna – Glorian

França, país de bandas cuja sonoridade é trabalhada, bonita e elegante. Lar do Rise and Fall of a Decade e do Rajna. Enveredando pelos lados do Ethno Ethereal, suas músicas resgatam a sonoridade da música indiana, com composições que remetem

Chandeen – Ginger

Esta banda americana oscila entre o pop e o darkwave, com diversas passagens etéreas nos primeiros discos. É interessante conhecer esta que é, sem dúvidas, uma das definidoras do estilo ethereal.

Eleven Shadows – 56 In 81

http://www.youtube.com/watch?v=90FG3F1Kn6U

Banda americana formada por um alemão com descendência chinesa, é o grupo mais experimental desta lista. Com passagens que vão do post-punk ao tribal, flerta igualmente com os trabalhos de new age.

Caprice -The Candle and the Snow

http://youtu.be/l1_tc3XgDSM

A Rússia possui uma cena gótica muito forte e com excelentes bandas. O Caprice é uma delas, conferindo um lado mais “mágico” ao gênero ethereal. Suas músicas, com uma influência neoclássica, remete às fadas, aos contos infantis e a toda uma mitologia marcadamente celta/germânica.

The Collection D’arnell Andrea – A L’Aurore Assassine

Fundada em 1986 por Jean-Christophe d’Arnell, Pascal Andréa (que hoje não está mais no grupo) e Chloé St Liphard, possui uma influência muito grande no gênero no mundo todo. Estes franceses são importantes para a cena gótica local, junto com o Opera Multi Steel. É destacadamente uma banda que abriu caminho para grupos como o Rajna.

Menção Honrosa

Dead Can Dance – Cantara

Não tem como fazer uma lista destas e não colocar o maravilhoso trabalho deste duo australiano. Lisa Gerard e Brendan Perry foram um conjunto único, que transcende as barreiras do próprio estilo. Combinando melodias das mais diversas culturas, o trabalho deles é extremamente significante para os mais diversos segmentos.

E para você, quais os grupos que faltaram? Tem alguém que merecia estar nesta lista?


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.

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