Dez Discos para conhecer a música industrial

O começo de tudo foi com o Throbbing Gristle, que desafiava toda a lógica comercial ao colocar um som ruidoso, dissonante e provocativo. Em 20 Jazz Funk Greats temos um refinamento de tudo que foi feito nos trabalhos anteriores.

Cabaret Voltaire é uma daquelas bandas extremamente interessantes que produzem uma das músicas mais sinistras de sua época. Eles também ajudaram a fundar a música industrial e são entrevistados no Synth Britannia. E The Voice of America é quase um disco de techno, então já vale a pena ouvir.

SPK foi um importante grupo alemão e seu nome vem de Sozialistisches Patientenkollektiv, um grupo de pacientes clínicos que via o capitalismo como origem de todas as doenças do ser humano, usadas como armas contra as pessoas. O grupo australiano pegou esse nome e o trouxe para si e com o seu primeiro disco apresenta uma musicalidade caótica, doentia, extremamente ruidosa.

Os canadenses do Skinny Puppy mudaram muito desde o lançamento de Bites (para a pior, na minha opinião). E eles são os responsáveis pelo surgimento de um gênero muito importante para a música industrial, que é o electro-industrial, uma mistura muito legal de toda a barulheira com sons mais dançantes. É com Bites que temos a consolidação de um estilo que, posteriormente, se transformou no dark electro e no famigerado electro-gothic.

Einstürzende Neubauten não se considera como industrial e muito do que o Blixa Bargeld faz hoje vai além da música industrial. Mas a contribuição que o grupo tem para o gênero é enorme, sobretudo pela valorização de instrumentos mais orgânicos, feitos com sucatas. Em Halber Mensch temos influências que vão da música dance e uso de percussão muito próxima da que vemos em grupos de música experimental.

O noise japonês tem dois grandes nomes que são impossíveis de não aparecerem numa lista como essa. O Hijokaidan é um dos primeiros nomes, da cidade de Osaka, a emergir com influências de experimentalismo como os da banda Hawkwind e Faust. King of Noise é um disco denso, fruto de improvisação, algo que fica no meio termo entre a música noise e o free jazz. 

Junto com o Einstürzende Neubauten, o Test Dept é uma das bandas que mais valorizou o uso de sucata como parte da composição musical. The Unacceptable Face of Freedom é um disco político, com fortes referências ao comunismo. Além disso, é um disco maduro, com composições pesadas, com ritmo e força. Vale cada segundo e, pelo menos para mim, Fuckhead é um clássico.

Quando eu falo em metal industrial, eu me refiro quase sempre a bandas que, no mínimo, façam um bom trabalho como o Godflesh. E o primeiro disco, Streetcleaner, é um soco no ouvido de força e brutalidade. Tanto que, segundo a Rolling Stone, é o 64º disco mais importante de metal de todos os tempos. Nele temos elementos de death e de thrash metal muito bem misturados, tornando-se influência para grandes bandas como Fear Factory, Neurosis, Korn, Isis, Converge e praticamente qualquer pessoa que goste de um som pesado e poderoso.

O segundo maior nome (e, na verdade, o maior deles) atende pelo nome de Merzbow. Masami Akita é um artista que levou o noise japonês para o ocidente. Esse também é o primeiro disco lançado pela Relapse Records, conhecida pelas suas bandas de death metal. Para tal, Masami elaborou esse disco como uma obra de death metal e grindcore, mas sem usar guitarras ou percussão. Por isso ele soa mais lento, mais pesado e mais ritmado.

Whitehouse é um dos precursores de uma das formas mais extremas de música industrial, o Power Electronics. O controverso William Bennett emerge dentro da mesma cena que a primeira onda de bandas de música industrial. Bird Seed ganhou um pouco de fama por conta de um vídeo estranhíssimo para Why you never became a dancer, que apareceu em muita lista de vídeos estranhos e é, na verdade, um ataque que o Bennett faz à artista plástica Emin Tracey e seu filme de mesmo nome. Espere do Whitehouse (e do geral dentro do Power Electronics) temáticas pesadas, de gosto extremamente duvidoso e demais adjetivos.