Moonspell – do melhor ao pior

Aqui vai a minha lista pessoal do que considero os melhores e os menos melhores álbuns dessa longeva banda portuguesa. 1 min


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Eu sou um grande fã do Moonspell e isso tem muitos anos. Desde que descobri o quanto sua musicalidade era vasta, tomei gosto por todos os trabalhos e fases. Aqui vai a minha lista pessoal do que considero os melhores e os menos melhores álbuns dessa longeva banda portuguesa.

  1. 1 Moonspell ‎– Wolfheart (1995)


    O primeiro disco full-lenght da banda é, sem dúvidas, o melhor, inclusive para começar a ouvir a banda. Recém-saídos da sonoridade black metal, o grupo apresenta aqui uma musicalidade que se situa entre o folk metal, o black metal e o gothic metal. Desse disco há grandes clássicos como Alma Mater e Vampiria.

  2. 2 Moonspell ‎– Darkness And Hope (2001)


    Nesse disco a banda arriscou no que mais tarde ficou convencionado como gothic metal. Indo para uma linha mais próxima do gothic rock, aqui se situa onde muita gente passou a conhecer a banda fora do circuito do metal. Muitas de suas canções são quase gothic rock, como Nocturna e Than the Serpents in my Arms, com participação do poeta futurista Mário Cesáriny.

  3. 3 Moonspell ‎– Irreligious (1996)


    Após o sucesso gigantesco de Wolfheart, a banda agora começa a colocar as influências de gothic rock mais evidentes. Ainda temos uma banda com bastante peso, diferente do que viria a acontecer em Darkness and Hope. Desse trabalho destacam-se dois grandes clássicos, Opium, baseado no poema Opiário, de Fernando Pessoa, e Full Moon Madness.

  4. 4 Moonspell ‎– The Butterfly Effect (1998)


    Agora vamos falar do meu disco favorito e também um dos grandes injustiçados da carreira. Na metade dos anos 1990 o grosso das bandas do chamado gothic metal começou a mesclar sonoridades mais eletrônicas, como aconteceu com o Paradise Lost em One Second (1997) e o Theatre of Tragedy, com diversos dos seus singles remixados. Enquanto essas bandas iam para um lado mais synthpop, o Moonspell foi para o industrial, buscando influências em grupos como Godflesh e Laibach. Destacam-se Soulsick, Lustmord e Angelizer.

  5. 5 Moonspell ‎– Under Satanæ (2007)


    Esse não é exatamente um disco de 2007, mas uma compilação remasterizada das demos da banda, na época em que tocavam um black metal no estilo Celtic Frost. Esse disco inclui Serpent Angel de 1992, Anno Satanæ de 1993 e Under The Moonspell de 1994. Aqui não tem destaques, porque as músicas são, no geral, apenas um black metal rústico, mas vale a audição para entender como a banda chegou até sua musicalidade atual.

  6. 6 Moonspell ‎– The Antidote (2003)


    Essa é mais uma mudança de musicalidade, dessa vez com uma abordagem mais metal. Contudo, ainda dentro dos padrões do gothic metal dos anos 2000, que permitia esses flertes com músicas mais rápidas, com mais base de guitarra. Além disso é um disco conceitual, construído em cima do livro O Antídoto, de Luís Fernando Peixoto, escritor e amigo da banda. Cada uma das faixas apresenta uma história desse livro.

  7. 7 Moonspell ‎– Memorial (2006)


    Seguindo a sonoridade do The Antidote, a banda apresenta seu som mais forte ainda no metal, sobretudo o heavy metal. Em termos de produção está muito superior aos anteriores, mas aqui as músicas ficam menos variadas e são focadas no peso e na agressividade. E por isso que a música Luna se torna, sem dúvidas, a melhor surpresa nesse trabalho, uma vez que remete um pouco ao Moonspell mais antigo.

  8. 8 Moonspell ‎– Night Eternal (2008)


    Para fechar a trilogia, Night Eternal continua com a musicalidade mais metal e mais agressiva e também nota-se uma influência bem evidente da fase black metal da banda. Scorpion Flower tem a participação da Anneke van Giersbergen, ex-vocalista do The Gathering e com uma sólida carreira solo.

  9. 9 Moonspell ‎– Sin / Pecado (1997)


    Junto com The Butterfly Effect, esse é um dos meus discos favoritos e um dos mais injustiçados da carreira do grupo. Musicalmente ele se situa entre o darkwave e o industrial e é possível perceber influências em músicas como 2econd Skin, Magdalene e Eurotika. É um disco que questiona sexualidade e o papel da religião em definir o que é ou não pecado.

  10. 10 Moonspell ‎– 1755 (2017)


    1755 é um disco conceitual sobre o terremoto que aconteceu em Lisboa nessa época. Também marca o primeiro trabalho cantado inteiramente em português, que conta também com um cover maravilhoso de Lanterna dos Afogados da banda Os Paralamas do Sucesso. Nesse disco temos também a marca de mudança de sonoridade, dessa vez saindo um pouco do metal e entrando numa área mais sinfônica e com outras influências.

  11. 11 Moonspell ‎– Hermitage (2021)


    Considero o Hermitage um retorno do Moonspell à sonoridade dos anos 2000 e um leve flerte com o prog metal. Não é exatamente o meu disco favorito, mas acredito que ele marca uma direção com menos vocal gutural e uso maior da voz limpa do Fernando Ribeiro, que eu pessoalmente acho mais interessante.

  12. 12 Moonspell ‎– Alpha Noir / Omega White (2012)


    Na verdade eu consideraria esse disco como dois álbuns lançados na forma de um disco duplo. No primeiro disco, o Alpha Noir, é basicamente metal, com influências de black e de thrash, algo que traz um pouco das origens e também daquilo que a banda fez entre o The Antidote e o Night Eternal. Omega White traz o Moonspell da fase Irreligious / Darkness and Hope, com influências fortes do gothic rock (inclusive White Skies poderia facilmente ser uma música do The Sisters of Mercy). No saldo geral é um disco bom, mas também um repeteco daquilo que já fizeram antes.

  13. 13 Moonspell ‎– Extinct (2015)


    Extinct é um disco que me deixa sempre com dúvidas sobre qual o direcionamento que a banda queria nessa época. Justifico: não é ruim, mas ele parece repetir muita coisa que veio no Alpha Noir e no Omega White, alternando entre o heavy metal e o gothic rock. Por exemplo, em Breathe (Until We Are No More) tem uma pegada no estilo do Lacrimas Profundere e Paradise Lost, enquanto Extinct tem uma percussão com uma marca bem no estilo do Sepultura e Medusalem vai para o The Sisters of Mercy / The 69 Eyes. A impressão que me deixou foi que tentaram amarrar em um único disco o que foi feito em Alpha Noir / Omega White. Funciona, mas traz muito mais do que já foi feito em outros discos.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.