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De Baden-Württemberg na Alemanha, Nebelhorn é o projeto de Wieland. Nessa empreitada ele fala sobre a natureza, era Viking e emoções. Apesar de existir desde 2004 o projeto não se preocupa em lançar vários trabalho e sim se preocupa com a qualidade de cada lançamento.
Nebelhorn possuí um EP e três álbuns sendo Urgewalt seu último lançamento. Se você gosta de orquestrações e do estilo Viking Metal, vale a pena conferir o trabalho de Wieland.
GroundCast: Para começarmos, pode nos contar um pouco da história da banda?
A fundação da banda não tem uma data no meu ponto de vista. Tudo começou com algo sem nova que nasceu do meu entusiasmo pela cultara viking e pelo heavy metal. Eu diria que tudo se formou por volta dos anos 2000, se eu me lembro corretamente.
Junto com Thorsten e Frank, eu e minha esposa alugamos uma sala para ensaiarmos e lá criamos o disco “Utgard” em 2004.
Em 2005 veio o “Gen Helwegs Grund” que eu acredito ser o disco que as pessoas conhecem do Nebelhorn. Em 2007 “Fjordland Sagas” ganhou vida, mas muitas pessoas não o ouviram por causa da diminuição de exposição nas revistas especializadas e em seguida toda essa história de compartilhamento de arquivos fez o resto.
GroundCast: Quais são as suas influências.
Acredito que cada estilo me influenciou de uma certa forma, mas se você quiser ouvir o nome das bandas diretamente eu posso citar o Thyrfing no começo da carreira, Eingerjer e Enslaved. Eu ouvia muita coisa que meu pai tinha, como Deep Purple, Black Sabbath, Uriah Heep e por ai vai. Muita influência vem do período medieval, arqueologia e tudo quejá foi descoberto sobre esse período histórico. A parte mais emocial vem de experiências e sentimentos, assim como o processo de reconhecimento das circunstancias do ambiente ao meu redor.
GroundCast: Olhando no metal-archives eu vi que no primeiro EP vocês eram uma banda e depois o Nebelhorn se tornou uma one-man-band. Por qual razão isso aconteceu?
Sendo honesto, não foi um dia tranquilo e fácil. Thorsten e Frank fizeram algo realmente bom no Utgard, mas com o passer do tempo os nossos pontos de vista para a música do Nebelhorn começaram a mudra e tivemos que seguir em caminhos separados.
GroundCast: Moro na Alemanha desde 2017 e sempre que eu vejo um abanda de Viking ou de Black Metal as pessoas com que convivo dizem que eu tenho que tomar cuidado, pois é comum que essas bandas ou pessoas envolvidas nesses projetos sejam ligados aos movimentos nacionalistas daqui. Você poderia nos contar um pouco sobre a cena que você participa e por qual razão você acredita que essas coisas estejam ligadas?
Primeiro de tudo: Nebelhorn é idealista no conceito de preserver a natureza e os animais e a respeito da troca justa. É sobre sentimentos, cuidados, aprendizado. Nas músicas eu tento sempre mostrar a beleza da natureza, o dano que podemos e estamos causando ou simplesmente trazer algo da era viking para as composições.
Em geral, esse tópico é realmente complexo e espero que meu inglês seja bom o suficiente paraque eu posso explicar de forma adequada. Existem muitas variações de pensamentos, ideias e crenças no mundo e quase todo mundo pensa algo ruim sobre alguém. Discriminação e superstição parecem crescer muito esses dias e todos sabem o melhor jeito de proteger os outros e sempre falam que “as pessoas devem tomar cuidado”, pois querem protege-las do mal. Essa atitude de proteger as pessoas pode causar o efeito inverso, o outro lado perde a razão quando as palavras param e a violência cresce. Categorizar é uma benção de um lado, pois você entende as diferenças de algo comparando com outra coisa, mas ao mesmo tempo é uma das piores coisas que podem acontecer quando você simplesmente pega um gênero inteiro e o condena pela falta de conhecimento de algumas pessoas.
O que deveria ser feito na minha opinião é: pergunte aos envolvidos diretamente ao invés de tentar adivinhar o que essa ou aquela pessoa é e projetar isso em um grupo muito maior. Claro, pessoas podem mentir, mas esse é um problema que eles vão ter que resolver quando alguém os pegar mentindo. As frentes nacionalistas (como em qualquer nação com um governo) queriam aumentar a moral e dar as pessoas uma identidade e isso era mostrado com algo em comum, a nacionalidade. Eu acredito que isso pode ter um efeito positivo do tipo “Oh! Veja, temos algo em comum, vamos nos unir e fazer algo fantástico juntos!”. O problema aqui é: Cada individuo tem diferentes prioridades e interpreta as coisas de forma diferente e especialmente quando se diz “vamos fazer algo fantástico juntos”. E por esse motivo eu não conecto o Vikink/Pagan metal com movimentos NS, se uma banda ou músico quer misturar isso com o que ele toca vai existir alguém lá fora que quer e gosta desse tipo de coisa, então qual o problema? Se você proibir isso as coisas vão melhorar? Apenas por você ter proibido? Talvez fosse mais sensato se você perguntasse o que essas pessoas pretendem e o que eles pensam baseado no que acreditam. Matar vai sempre signigicar matar, opressão sempre será opressão e mesmo que um livro diga que você deve fazer isso a ira e a violência sempre será o triste resultado desse pensamento.
GroundCast: Urgewalt é o terceiro disco após 11 anos. Pode nos contar o motivo de ter levado tanto tempo para finalizar o disco?
Desde o começo eu sempre achei essencial que eu tivesse uma independência verdadeura. Algo composto honestamente, músicas com bastante força e emoção e com letras intensas. Quando eu tenho alguma idéia, eu vou e faço, eu aproveito cada momento. Diferente de quando você tem uma gravadora grande e tem que fazer acordos do que lançar e como lançar.
Tudo isso é possível com um relacionamento profundo com os ouvintes. Quando você tem um prazo, um tempo determinado para produzir algo artístico, eu vejo isso como algo negativo. Não quero seguir essa tendência e fazer as coisas correndo ou incompletas não é comigo. Tem também esse paradoxo que muitos ouvintes nos proporcionam: eles querem ouvir sua música, eles querem consumir, mas você ganhar dinheiro com a sua arte, nem pensar, isto é o seu hobby e por qual razão alguém deveria pagar por isso?
Entende o que eu quero dizer? As pessoas querem o material, mas não querem pagar pelo seu “hobby”. Então acredito que eles deveriam pelo menos compartilhar e cuidar para que isso nunca morra. As pessoas tem que aprender que se elas querem que determinado artista, não importa a área, continue criando, elas TEM que apoiar e ajudar de todas as formas possíveis.
GroundCast: Vivemos na era da internet e voce sabe que é muito comum que as pessoas façam download de praticamente tudo. Qual a sua opinião a respeito e o que acredita ser necessário para a indústria da música para continuar e fazer com que essa nova geração consuma esse produto?
Do meu ponto de vista, o lado positivo é a liberdade que temos para promover isso nas midias sociais, escolhemos como e onde queremos promover e tem um alcance muito maior do que a mídia impressa. Eu também gosto de conversar com as pessoas que ouvem minha música e essa possibilidade é gratificante, eu realmente gosto disso.
O lado ruim é tudo que envolve algo ilegal, como os downloads por exemplo. Para as grandes empresas que tem o dinheiro e os meios de fazer com que isso chegue ao público, torna as coisas muito mais fáceis para eles. Eu sei que estou me repetindo, mas você literalmente recebe o que apoia.
GroundCast: Quais os planos para 2018?
Eu vou fazer algumas camisetas e compor um novo disco. Um novo site está nos planos e claro que tentarei responder as perguntas dos ouvintes em tempo hábil.
GroundCast: Agora o espaço é seu para dizer algo aos nossos leitores.
Você sempre receberá aquilo que apoia!