[Resenha] Tantão e os Fita – Piorou (2020)

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1.    Introdução ao Piorou

2.    Piorou

3.    Rota de Fuga

4.    A Grande Arte

5.    Autorama

6.    Geradores

7.    Jogação

8.    Risos

9.    A Hora do Brasil

10.    Cadê Meu Dinheiro

11.    Bonito

12.    Pessoas do Mal

13.    Corre do Gabber

14.    Tosse Break

15.    Deu Bug

16.    Tênis

Experimental / Noise, QTV Label

Conheci recentemente o trabalho do Tantão, ainda que eu fosse muito fã do Black Future, demorei para saber que tinha um projeto novo. E nesse ano mal dito de 2020 tivemos mais um lançamento bacana, capitaneado pelo sempre excelente QTV.

Esse disco, vindo num momento tão obscuro para o nosso mundo, num contexto em que precisamos valorizar o trabalho de artistas negros, sobretudo do pessoal mais à margem do mainstream.

Piorou é exatamente o reflexo de como o nosso mundo consegue estar às voltas com o segregacionismo, a falta de perspectiva, com músicas curtas com mesclas muito interessantes entre o gabber, o hip hop, o noise, o glitch, as músicas de videogame e tudo o mais que a gente precisa em termos de experimentação musical.

Tem até alguns momentos com ótimas homenagens a nomes do industrial, como Bonito, que remete bastante ao Throbbing Gristle. Ao mesmo tempo, temos a música negra muito bem representada em praticamente todo o disco, com ótimas referências a gente como Chico Science. Coisa fina.

As letras passam uma impressão de um surrealismo muito forte, ao mesmo tempo em que são carregadas de fortes críticas, como em Jogação, A Hora do Brasil, Cadê meu Dinheiro e Pessoas do Mal.

No geral, um dos grandes trabalhos desse ano. Eu não perderia.

Tantão e os Fita – Piorou
  • Nota Geral - 9.5/10
    9.5/10

Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.